A despatrimonialização das organizações criminosas no Brasil: aspectos jurídicos sobre o combate ao poderio econômico das facções criminosas
Abstract
O enfrentamento ao crime organizado tem se mostrado um grande desafio
priorizado pelo Estado, e a tendência que vem sendo adotada nos últimos anos diz
respeito a priorizar o combate através da neutralização patrimonial alcançado por
intermédio das práticas delitivas, que como se sabe, serve não somente para o
enriquecimento ilícito dos agentes envolvidos, como para o financiamento e
aprimoramento da atividade criminosa. Considerando isso, o presente estudo tem
como objetivo discutir as estratégias de combate utilizadas pelo Estado brasileiro no
sentido da despatrimonialização das organizações criminosas. Para tanto, a
fundamentação do debate toma escopo em pesquisa bibliográfica que utiliza desde
a doutrina e legislação condizente, bem como estudos da literatura que tratam a
temática. Verificou-se que o Brasil vem adotando a lógica da despatrimonialização
como novo método de combate ao crescimento do crime organizado, e
recentemente teve a possibilidade de contar com a utilização de novo instituto
acrescido à legislação penal, o confisco alargado. O instituto permite que o Estado
retire do patrimônio do agente criminoso toda parcela cuja origem licita não seja
possível comprovar. Por sorte, resultados de ações integradas que aconteceram
mais recentemente com foco na investigação e despatrimonialização das
organizações criminosas renderam resultados positivos, com consideráveis valores
dimensionados para o Estado. Sendo assim, sugere-se o redimensionamento do
capital desvendado para aprimorar os serviços de inteligência, contribuindo para
aperfeiçoar as estratégias de investigação e com isso, de fato alcançar um cenário
mais propício para o desmantelamento do crime organizado.