Do Estado distópico ao Estado democrático: reflexões jurídico-literárias sobre tecnologia, política e autoritarismo
Resumo
Percebe-se que o Direito possui bases e influências em outros ramos das
ciências humanas. A Literatura é um dos ramos onde o Direito dialoga desde os
tempos antigos, estabelecendo uma associação que possibilita detalhar com
riqueza o histórico da formação de várias sociedades. Além desse diálogo
histórico, o Direito e a Literatura buscam esboçar o futuro da civilização, através
das famosas distopias. Essas distopias tratam do futuro dos indivíduos com
pessimismo, especialmente quando abordam o autoritarismo como figura central
encabeçada por uma política antidemocrática, que utiliza-se do Direito para
perpetuação do poder e criação de um Estado Distópico, que objetiva eliminar
direitos fundamentais dos indivíduos, como direitos à privacidade, controle sobre
suas próprias vidas e liberdade de expressão. A tecnologia, através de sua
evolução, se manifesta nesse contexto como uma ferramenta de vigilância social
e controle dos indivíduos, aproximando o atual Estado Democrático de Direito do
Estado Distópico, com exemplos de casos em que a tecnopolítica alcançou
resultados que romperam com o rito democrático e como isso virou natural nos
dias de hoje. Para o melhor esclarecimento, o estudo será direcionado pela
classe de pesquisa exploratória, com ênfase no levantamento bibliográfico e
utilização de exemplos que estimulem a compreensão do assunto. A pesquisa é
relevante na missão de dialogar com os campos de estudo da Literatura e o
Direito, observando os avanços da política autoritária na geopolítica atual, com
ênfase na tecnopolítica e suas similaridades com as distopias.