dc.description.abstract | Os Transtornos do Espectro Autista (TEA) são definidos como as alterações
presentes geralmente desde os três anos de idade ou antes, e que se caracterizam
sempre por déficits persistentes nas habilidades sociais e comunicativas,
apresentando padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou
atividades. De acordo com a ONU, existem cerca de 70 milhões de pessoas com
TEA no mundo. Diante do exposto, evidencia-se o quanto é importante o diagnóstico
precoce do transtorno, uma vez que minimiza os riscos que a criança corre quanto à
possibilidade dos sintomas do TEA se agravarem, tornando o quadro de difícil
controle. As primeiras evidências geralmente são percebidas pelos profissionais da
saúde, principalmente os enfermeiros, já que são os responsáveis pelo acolhimento
nas Unidades Básicas de Saúde e ambulatórios, locais onde fazem avaliações do
Crescimento e Desenvolvimento infantil e da interação social da criança. Tendo em
vista o exposto, o objetivo deste trabalho é conhecer a rede de cuidados da pessoa
com TEA a partir dos caminhos percorridos por um usuário-guia, discutindo os
elementos de contato com este (pessoa com TEA) que figurem como engrenagens
na rede de cuidados e mapeando os caminhos que a pessoa com TEA perfaz nesta
rede com vistas à integralidade. Para tanto, foi utilizado como recurso metodológico
a cartografia – Esquizoanálise – para mapear a rede de cuidados em que percorreu
o usuário-guia. A produção dos dados se deu a partir de diálogos norteados pelo
entrelaçamento entre a história de vida da família, elementos constitutivos do TEA e
engrenagens do cuidado em diversas dimensões, realizada em dois encontros. Ao
fim de todo o caminho cartográfico percorrido durante a pesquisa, foi possível
conhecer a rede de cuidados prestada à pessoa com TEA a partir do usuário-guia e
perceber como ainda é falha a articulação do público que necessita do cuidado com
os serviços de saúde, principalmente da rede pública, uma vez que a Unidade
Básica de Saúde que deveria ser à porta de entrada do atendimento no SUS, não
possui uma participação efetiva no atendimento e acompanhamento destes. Além
disso, foi possível visualizar o papel da família que não segue bem desempenhado
quanto ao acompanhamento multiprofissional que a criança com TEA deve receber. | en_US |