Alberto Caeiro: uma análise do panteísmo e do sensacionismo em O Guardador de Rebanhos
Abstract
Este Monografia tem o objetivo de analisar o Panteísmo e o Sensacionismo na obra
O guardador de rebanhos (2001), de Alberto Caeiro. Os poemas em análise se limitam
ao V, IX e XV da obra O guardador de rebanhos. Caeiro é poeta do campo, define-se
como guardador de rebanhos, referindo-se a sua maneira de sentir e ver a vida. De
ver a realidade como ela é, não pelos sentimentos ou pensamentos ou, até mesmo,
pelas fantasias que esta pode proporcionar, mas pura e simplesmente, pelas
sensações. E, por essa escolha do poeta em ver e sentir as coisas, sem necessitar
de justificar-se para outrem, é considerado um poeta sensacionista. Os poemas, aqui,
analisados, também têm traços marcados pelo panteísmo de Caeiro. Sendo assim, o
poeta considera que tudo o que há é Deus. Que tudo no universo é Deus. Que tudo
está interligado. Neste raciocínio o poeta nega ter filosofia ao mesmo tempo que
afirma ter sensações. E, ainda, nesse raciocínio, Caeiro diz-se contraditório ao tempo,
se contradiz em teorias e na prática, mas conserva um lado paradoxal, o que faz o
leitor acreditar que o poeta é confuso em suas construções. Entretanto, o paradoxo
parece ser uma estratégia, mesmo que involuntária, do poeta de exibir seu intelecto
para seu leitor. Caeiro é heterônimo de Pessoa, considerado por ele e pelos outros
heterônimos, o Mestre de todos. Neste trabalho, buscamos desdobrar as temáticas
do panteísmo e do sensacionismo. A partir desta análise, verifica-se a existência de
elementos ligados a filosofia panteísta e da manifestação sensacionista, presentes em
sua construção poética, apresentando a teoria constante na obra de Aburre (2016),
Amaral (2013), Augusto (2017), Bernardo (2012), Bittencourt (2015), Cereja (2003),
Coelho (2012), Duarte (2005), Faraco (1999), Forconi (2012), Gil (2000), Matos
(2015), Moisés (1999), Parcianello (2014), Pareyson (1993), Pessoa (1946) e Rocha
(2019) que muito nos forneceram as teorias necessárias sobre o modernismo em
Portugal, Fernando Pessoa e seus heterônimos, em especial ao de Alberto Caeiro, e
as nuances do poeta no panteísmo e sensacionismo na obra O guardador de
rebanhos (2001).