Estratégias para prevenção dos problemas relacionados ao uso de drogas em adolescentes: uma revisão sistemática de literatura

Abstract

Durante a adolescência e a idade adulta jovem há uma maior prevalência para a iniciação do uso de drogas, este fato é preocupante considerando as evidências científicas que associam o início precoce do uso ao risco maior de desenvolver futuramente um Transtorno por Uso de Substâncias e dentre outros problemas relacionados à saúde mental. O presente trabalho possui como objetivo analisar as evidências de estratégias para prevenção dos problemas relacionados ao uso de drogas em adolescentes na literatura científica. Trata-se de uma revisão sistemática de literatura, utilizando-se o checklist PRISMA para sua redação, que utilizou a estratégia PICO (População, Interveção, Controle e Desfecho) para definição da questão de pesquisa. O levantamento bibliográfico ocorreu nas bases de dados: PubMed Central, SCIELO, LILACS e Cochrane Collaboration, acessadas por meio do Portal de Periódicos da CAPES, efetuando o login na Comunidade Acadêmica Federada (CAFe) a partir da identificação do IP institucional. Optou-se pelo mecanismo Advanced Search, utilizando-se o operador booleano And, com a combinação dos descritores controlados “Adolescent” AND “Health promotion” AND “Substance-Related Disorders”, todos os termos em inglês. Não se definiu filtro temporal e a consulta foi realizada no mês de junho de 2023. Como amostra final, foram analisados 32 estudos e as estratégias identificadas foram: Medidas preventivas baseadas na família, Medidas preventivas baseadas em jogos e no esporte, Medidas preventivas baseadas na conscientização teórica de forma presencial ou virtual e Medidas preventivas baseadas na escola. A maioria dos autores trouxeram a fase de início da adolescência como essencial para se iniciar o diálogo sobre o uso de drogas, como uma estratégia para a redução de danos e agravos e favorecer com que o jovem venha desenvolver e promover sua autonomia. Evidenciou-se a necessidade de possuir diversas formas preventivas para serem trabalhadas com o público jovem, devendo elas estarem presentes em qualquer política de saúde pública, tendo em vista que cada ser é único, possuindo seus condicionantes e determinantes de saúde, e sua própria maneira de se relacionar com a droga. Embora tivessem sido identificados quatro tipos de medidas de prevenção nos artigos, sua grande maioria, 17 estudos, trata sobre Medidas preventivas baseadas na escola. Diante disso, evidencia-se a potencialidade da articulação entre escola e saúde em medidas para prevenir o uso de drogas. O diálogo interdisciplinar, juntamente com a troca de informações dos múltiplos saberes do âmbito escolar e da saúde, poderão apresentar estratégias fundamentais, sólidas e articuladas para a prevenção do uso do álcool e outras drogas por jovens estudantes. Deve-se investir em pesquisas que investiguem as estratégias para prevenção do uso de drogas no público adolescente brasileiro, tendo em vista que os estudos analisados nesta revisão não eram de pesquisadores nativos ou que tenham se utilizado da população brasileira para gerar seus resultados. Esta pesquisa se limitou aos estudos estrangeiros, com realidades culturais, sociais e financeiras diferentes das de países subdesenvolvidos, como o Brasil.