Cisheteropatriarcado e pessoas trans: desafios e resistências
Abstract
Este artigo tem por objetivo refletir sobre os desafios que o sistema
cisheteropatriarcal impõe sobre pessoas trans e as maneiras de resistência a esse
sistema. Trouxemos a relação do cisheteropatriarcado com as vivências de pessoas
trans, identificando as principais dificuldades que essa população perpassa
diariamente e suas formas de luta. As violações sobre pessoas trans ocorrem em
todos os âmbitos sociais, visto que, nessa sociedade patriarcal ao qual vivemos.
Apenas é ‘’tratado como normal’’ pessoas cis-hetero, resultando em discriminação,
objetificação do corpo, desrepeito às pessoas trans, violência e dificuldade de acesso
às políticas sociais e direitos, muitas vezes por estigmas e preconceitos. Nesse sentido,
apesar da sociedade ter perpassado por intensas transformações, a desinformação
sobre diferenciação de gênero, identidade de gênero, sexualidade e orientação
sexual, faz com que torne essa temática pouco compreensível, alimentando o
sistema cisheteropatriarcal e a compactuação na violação de direitos e existência da
população trans. O método utilizado foi o materialismo histórico dialético, com uma
pesquisa qualitativa de tipo bibliográfica e de campo. Foram realizadas duas entrevistas estruturadas com sujeitos que se incluem no perfil, ou seja, pessoas
com identidade trans, estas têm entre 20 a 30 anos. Destacamos como principais
conclusões que a cisheteronormatividade compulsória alimenta uma disforia
corporal3 em cima de corpos trans contribuindo para a desigualdade social
dificultando a capacidade da pessoa trans de serem reconhecidas e respeitadas
socialmente. Atua de forma a dificultar a vida dessa população, mas em todos os
preconceitos, a busca por respeito e direitos se faz presente. A inserção no mercado
de trabalho é um dos maiores desafios para a população trans, por ser uma forma
de conseguir a subsistência para sobreviver de forma digna e não recorrendo a
usarem seu corpo como venda. Assim, dentro de uma sociedade que não só
discrimina, viola e violenta, mas é desigual em sua estrutura, ou seja, é capitalista,
racista e patriarcal, as resistências e lutas são o único caminho para a sobrevivência
da população trans.