Cartografia de si: processo formativo no PIBID Geografia em perspectivas plurais

Abstract

Esta dissertação versa sobre a formação continuada de professores por meio de uma reflexão implicada e crítica. Considera os aspectos que dão sentido ao movimento formativo, levando em conta conjunturas que perfazem o agir docente, quais sejam: políticas públicas, elos com a universidade e perspectivas epistemológicas. Como fenômeno a ser interpretado apresenta a experiência formativa da autora no papel de professora supervisora do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID), no subprojeto Geografia, entre os anos de 2014 a 2018. Considera-se, pois, implicada na pesquisa como sujeito de ação, reflexão e reconstrução de si na relação com a docência. Como questões central e secundárias da pesquisa destacam-se, respectivamente: como a experiência formativa de professora supervisora no PIBID Geografia contribui com os processos de reflexões sobre o pensar e fazer a docência? Quais as possíveis contribuições do PIBID Geografia na constituição do sujeito que se forma ao formar outros? Os dispositivos acionados na pesquisa possibilitam perceber a potência do PIBID na ressignificação do ensino-aprendizagem em Geografia? São inspirações teórico-metodológicas a pesquisa formação (MACEDO, 2010; NÓVOA,2002) nos cotidianos (CERTEAU, 2014), o pensamento multirreferencial/plural (ARDOINO, 1998; BARBOSA, 2012; MACEDO, 2012), a ressignificação da experiência vivida e sentida (LARROSA, 2002, 2017) e a noção e a possibilidade de caminhar para si na pesquisa formação (JOSSO, 2010). Os dispositivos da pesquisa estão dispostos a partir da rememoração e compreensão da itinerância formativa, das narrativas dos sujeitos participantes, bem como dos etnotextos e rastros digitais, em consonância com o exercício de uma hermenêutica existencial e formativa. Como resultado destaca-se que o PIBID é um programa extremamente potente e que vai além das normativas institucionais. Entretanto, reconhece-se que carece de um processo autoformativo, cabendo aos sujeitos que dele participam a criação de ambiências formativas proporcionadoras de reflexão constante, de caminhar para si e de ressignificar o fazerser docente. Algumas noções se destacam como achados da pesquisa: a formação como dispositivo de autoformação, a pesquisa-formação como acontecimento, o ato docente e o cotidiano escolar como possibilidade formativa.