dc.description.abstract | O envelhecimento é uma passagem natural associada às condições físicas e/ou
psíquicas vulneráveis ao surgimento de doenças crônicas, como o Diabetes Mellitus,
que acomete 387 milhões de pessoas no mundo com 90% dos casos em idosos. O
DM caracteriza-se pela elevação do desequilíbrio metabólico, atividade do sistema
imunológico e da secreção de citocinas pró-inflamatórias provocando uma
neuroinflamação cerebral, característica fisiopatológica típica da Doença de Alzheimer
que é uma síndrome cerebral degenerativa com destruição irreversível de neurônios,
de etiologia desconhecida. Além da inflamação, ambos compartilham da sinalização
de insulina defeituosa, resistência à insulina, redução do volume do hipocampo e
declínio cognitivo acelerado e são agravos que acometem principalmente pessoas
com idade avançada. As disfunções características do DM como fator de risco para
acometimento das funções cognitivas representam uma lacuna latente no âmbito
científico. Dessa forma, objetivou-se analisar a relação entre Diabetes Mellitus e
Doença de Alzheimer através de ensaios clínicos controlados e randomizados. Trata se de uma pesquisa do tipo Revisão Sistemática com avaliação consciente, explicita
e criteriosa. Por ser tema pouco estudado e relativamente novo no âmbito científico,
o mesmo não contém recorte temporal evitando exclusão de estudos relevantes.
Como estratégia de busca utilizou-se as bases Medical Literature Analysis and
Retrieval System Online, Registro de Ensaios Controlados da Colaboração Cochrane,
Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde, Science Direct,
Scopus e Web of Science e bibliotecas: Banco de Teses do Brasil e Scientific
Electronic Library Online com filtro por: título, assunto e tipo de publicação, ocorrida
entre outubro e dezembro de 2018. Os descritores Diabetes, Alzheimer’s Disease e
Dementia foram combinados utilizando o operador booleano AND e cruzados entre si.
Os critérios de inclusão foram trabalhos completos em Português, Inglês, Espanhol e
Francês; população de estudo com pessoas acima de 60 anos e nível de evidência
A1 segundo a Classificação de Oxford Centre for Evidence-Based Medicine. Foram
excluídos os estudos do tipo: Editorial, Nota ao Editor, Trabalho de Conclusão de
Curso de graduação e de especialização. Foram selecionados 5 estudos com
características que relacionam o surgimento da DA em pacientes com DM de modo
que justificam os problemas de cognição devido alterações nas taxas glicêmicas. No
entanto, trazem esses resultados como inconclusivos seja pelo tamanho da amostra,
ausência de dados, período de pesquisa, presença ou não de testes laboratoriais. As
característas encontradas foram associadas e organizadas nas seguintes categorias:
ALTERAÇÕES GLICÊMICAS versus COMPROMETIMENTO COGNITIVO; β AMILOIDE E LESÃO VASCULAR; CASCATA DE INFLAMAÇÃO, APOE E
APOPTOSE. Essa revisão traz evidências da possível relação do Diabetes Mellitus
tipo 2 e a Doença de Alzheimer, com processos comuns na inflamação e extresse
oxidativo que geram problemas neurodegenerativos e neurotóxicos. A hiperglicêmia,
as anormalidades na sinalização insulínica, a resistência à insulina e as alterações
metabólicas parecem estar intimamente conectadas com a formação de Placas Senis
a partir do acúmulo de β-amilóide e de Emaranhados Neurofibrilares oriundos da
hiperfosforilação da proteína Tau, culminando em inflamação, lesão neurológica,
alterações estruturais e declínio cognitivo. | en_US |