dc.description.abstract | O romance Úrsula (1859), objeto de estudo desta pesquisa, foi escrito por Maria
Firmina dos Reis, escritora pioneira na literatura brasileira abolicionista e também na
estética do Romantismo no Brasil. Além do enredo principal característico do
Romantismo, a obra contém narrativas protagonizadas por personagens
secundários que relatam a escravidão da perspectiva das vítimas. Esses fatos de
denúncia a partir do sentir das personagens vítimas justificam uma leitura mais
aprofundada da obra. O objetivo geral deste trabalho é, através das narrativas,
resgatar o discurso de personagens que foram historicamente silenciados e ganham
voz, memória e discurso na obra da abolicionista Firmina. A partir do que se objetiva,
acredita-se proporcionar reflexões sobre a escravidão e suas consequências no
Brasil. A proposta de abordagem para esse projeto prima pelo método dedutivo, por
meio da leitura da obra Úrsula e análise das narrativas construídas através dos
relatos dos personagens secundários Túlio e Susana, além da forma como são
representados por Maria Firmina dos Reis, como dotados de discurso e
historicidade. Para isso, utilizaremos como base contextual historiográfica e de
fortuna crítica os estudos de Sidney Chalhoub (1990), Candido (2002), Bosi (2010),
Macêdo Mendes (2016); como base teórica, seguraremos nas mãos de Fanon
(1968;2008). A escrita da maranhense é algo pioneiro e revolucionário,
considerando o contexto da obra, o Romantismo. Este estudo pode possibilitar uma
compreensão da obra como uma literatura de denúncia do sistema escravocrata
como injusto e cruel. Além de trazer o discurso de vítimas da escravidão, o romance
assume uma postura crítica através da narradora, da apresentação do contexto
histórico e dos acontecimentos narrados. | en_US |