dc.description.abstract | Ariano Suassuna é autor de uma obra que pode ser considerada como um dos
maiores sucessos da literatura brasileira: O Auto da Compadecida (1995). A obra
apresenta, inicialmente, a vida cotidiana de um povo simples em uma cidade pacata
no interior do Nordeste, porém, também retrata assuntos de extrema importância
para a sociedade como a desigualdade, a seca e o impacto que causa na vida dos
nordestinos, e sobretudo, a fé desse povo. O objetivo deste trabalho é analisar a
configuração de Nossa Senhora como intercessora e advogada dos menos
favorecidos em seu momento de desespero, sendo visualizado no último ato da
obra, mais precisamente na cena do julgamento. Para que fosse possível comprovar
tal ato, foram explorados textos teóricos que tivessem como foco o Imaginário
Cristão e os do gênero Fantástico. Com o propósito de uma análise aprofundada,
explicam-se também algumas definições como a do Bem, representada pela
imagem de Jesus, do Mal, representado pela personagem do Diabo, e, no caso da
obra, da mediação, uma vez que a personagem de Nossa Senhora passa a agir
como mediadora entre as entidades cristãs e os personagens em julgamento. Como
principais fontes teóricas, foram utilizados os estudos como os de David Roas
(2014), Candido e Castello (1983), Bráulio Tavares (2007) e Udo Becker (1999).
Após a análise da cena escolhida, intitulada no auto como O julgamento, observa-se
pelo desfecho da obra como sua intercessão da Compadecida é importante para
definir os destinos dos personagens julgados, o que reforça a teoria cristã que
acredita em Maria como ponte entre os humanos e os seres divinos, agindo como
advogada dos que a ela recorrem na hora da morte. | en_US |