dc.description.abstract | O objetivo geral desta pesquisa foi identificar a frequência de uso entre as variantes
nós e a gente mediante os fatores linguísticos e extralinguísticos que permeiam a fala
dos cidadãos em Mossoró-RN a fim de averiguar qual dentre estas variantes
predominava no falar dos mossoroenses, e se o nós e o a gente coexistiam nas falas
dos indivíduos entrevistados. Para isso, esta pesquisa se fundamentou nos
pressupostos da teoria Sociolinguística Variacionista. Sendo assim, foi colhido um
total de 63 ocorrências isoladas que apresentavam apenas uma variante, das falas de
10 entrevistados da cidade de Mossoró-RN, divididos em variáveis linguísticas
(morfológico, sintático, semântico) e extralinguísticas (sexo/gênero, faixa etária, nível
de escolaridade e perfil econômico) para responder à questão norteadora “qual a
frequência de uso entre as variantes nós e a gente mediante os fatores linguísticos e
extralinguísticos que permeiam a fala dos cidadãos em Mossoró-RN?”. Para a análise
dos dados foram delimitadas as seguintes variáveis: sexo/gênero em feminino e
masculino; a faixa etária de 10 a 29 anos e de 30 a 61 anos; o nível de escolaridade
em ensino fundamental, ensino médio e ensino superior, completo ou incompleto; o
perfil econômico menor ou igual a um salário mínimo, até dois salários mínimos, até
três salários mínimos e acima de três salários mínimos; contexto informal e formal de
uso entre as variantes nós e a gente; concordância verbal da conjugação da variante
a gente e disposição geral do uso entre o nós e a gente na fala dos mossoroenses.
Os resultados obtidos revelaram que há uma predominância em relação à utilização
do a gente em detrimento do nós na cidade de Mossoró-RN (63,5%), bem como
exprimiram uma provável mudança em tempo aparente/mudança linguística neste
município, pois os mais jovens (65,3%) empregaram mais a variante inovadora em
suas falas do que os mais velhos (57,1%). Os homens, por sua vez, são aqueles que
mais utilizam a variante a gente em Mossoró (65,7%), os menos escolarizados
também usam mais a variante inovadora (81,8%) como também os indivíduos com o
poder aquisitivo intermediário de até dois salários mínimos (73,0%). Foi comprovado
ainda, com base na amostragem colhida, que em relação ao contexto informal e formal
de uso a variante a gente foi aquela que imperou no contexto informal com 81,1%,
comparado ao contexto formal 43,3%. Foi identificado também um uso preferencial de
conjugação verbal do a gente na terceira pessoa do singular (90,0%). Em suma, podese constatar que com base no material analisado o município de Mossoró-RN está no
processo de mudança linguística e que cada um dos fatores (variáveis) aqui
estudados impactam de forma distinta no uso das variantes nós e a gente. | en_US |