Avaliação ambiental do reservatório Caiçara (Marcelino Vieira/RN)
Resumo
Os reservatórios superficiais são estruturas artificiais construídas, de forma transversal, em canais fluviais; são sistemas complexos e dinâmicos, dispostos individualmente ou em cascata. Para que haja sua compreensão socioambiental, há a necessidade de entender seus múltiplos usos e manejos, tornando, então, possível conhecer suas funções e suas características de transformação dos sistemas terrestres e aquáticos. Nesse sentido, para os reservatórios construídos – ou que estão em fase de construção – no Semiárido Brasileiro (SEB), faz-se necessária a realização de pesquisas científicas sobre seu sistema ambiental. O reservatório Caiçara, objeto deste estudo, é um manancial superficial localizado no município de Marcelino Vieira, estado do Rio Grande do Norte, que serve de abastecimento para as comunidades do seu entorno e reserva hídrica para a cidade de Marcelino Vieira. A pesquisa buscou realizar a avaliação ambiental e zoneamento da zona de amortecimento por meio do Índice de Pressão Antrópica (IPA) e do Índice de Comprometimento Ambiental (ICA). Para tal, foram aplicadas técnicas de Sensoriamento Remoto no SIG Qgis® 3.4, versão Madeira, utilizando-se dados orbitais dos satélites LANDSAT 5, sensor TM (Thematic Mapper) e SENTINEL 2, sensor MSI (Multispectral Instrument). Os dados orbitais foram empregados para o processamento das informações da pesquisa, levando em consideração as devidas adaptações metodológicas. Foram observadas múltiplas transições das classes de uso e cobertura da terra em seu recorte multitemporal que auxiliaram na compreensão dos níveis do IPA, tal como suas múltiplas acepções de impactos ambientais. Ademais, foi possível conhecer os parâmetros de impactos em cada zona do zoneamento proposto, além de identificar a intensidade do comprometimento ambiental e a da zona de amortecimento. Conclui-se, portanto, que a zona de amortecimento do reservatório encontra-se em processo de degradação associado aos usos múltiplos da terra, havendo, dessa forma, a necessidade de maior gestão e gerenciamento em sua zona de amortecimento, de modo a garantir desenvolvimento sustentado.