Efluente da piscicultura altera a morfofisiologia e bioquímica de Lippia grata (Verbenaceae)
Abstract
O presente estudo objetivou avaliar os mecanismos de resposta de Lippia grata irrigada
com efluente salino proveniente de Piscicultura. Estacas de Lippia grata foram obtidas
de plantas matrizes presentes na área de cultivo no Laboratório de Fisiologia e Bioquímica
de Plantas da Universidade do Estado Rio Grande do Norte – UERN e submetidas a cinco
níveis de condutividade elétrica (T1=452 μS; 2,68 dS m−1; T2=4,60 dS m−1;T3= 5,55 dS
m−1; T4 e T5=7,02 dS m−1) durante 60 dias numa área experimental da Universidade
Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA em delineamento inteiramente casualizado
(DIC) com cinco tratamento e quatro repetições. Os níveis de salinidade das soluções
composta por efluente e água de abastecimento não interferiu na produção de biomassa
foliar e caulinar, no teor relativo de água e na área foliar da espécie estudada. A salinidade
estimulou a quebra das reservas de amido pelo metabolismo da planta para a produção de
açucares redutores na tentativa de se osmorregular para os níveis de sal que estava sendo
submetida. Os valores de prolina não deferiram estatisticamente entre o controle e os com
o nível mais alto de efluente salino. Os teores de pigmentos fotossintéticos (clorofila a,b
e carotenoides) não foram afetados nos níveis de salinidade. Os níveis de dano à
membrana, conteúdo de MDA e H2O2 não diferiram estatisticamente entre os tratamentos
indicando que a planta não apresentou sintoma de estresse à irrigação com o efluente. A
atividade da SOD apresentou consonância como os níveis de H2O2, inclusive no
tratamento controle. Os valores de APX e CAT foram diferentes de acordo com o nível
de salinidade. No tratamento 4 (75% do efluente salino) a atividade da CAT teve um pico
de atividade. Enquanto que a APX, destacou-se no tratamento 2 (25% do efluente). A
anatomia das seções transversais de folhas de Lippia grata mostram uma epiderme
uniestratificada com inserção de tricomas glandulares e tectores nas faces adaxial e
abaxial plantas que receberam somente efluente de piscicultura (T5) apresentaram na
região da nervura central redução de 25% no número de feixes de xilema quando
comparadas com as plantas do tratamento controle. O rendimento e composição química
do óleo não diferiu entre os tratamentos. Dessa forma, o reuso do efluente de piscicultura
na irrigação de Lippia grata demonstra ser uma alternativa viável, evitando-se o descarte
do efluente no ambiente.