Estudo eletroanalítico do estrogênio dienestrol em eletrodo quimicamente modificado com nanopartículas de prata obtidas por tratamento hidrotérmico
Abstract
A piscicultura está entre as atividades econômicas que mais crescem no Brasil e tem como
principal característica a criação de peixes de forma controlada e planejada. Este
crescimento se deve à constante e demasiada procura por organismos aquáticos para
diversas finalidades, em especial para a alimentação humana. Para atender estas
demandas, muitos piscicultores fazem uso de substâncias bioativas, principalmente de
estrogênios sintéticos que estimulam o crescimento e/ou reprodução acentuada das
espécies tratadas. Infelizmente, tais substâncias também podem ser nocivas para o
metabolismo destas e de outras espécies consumidoras, que se encontra em outros níveis
da cadeia alimentar, mesmo estando em baixas concentrações, mostrando a necessidade
de métodos analíticos que auxiliem no controle de qualidade dos diferentes insumos
oriundos do sistema produtivo. Dessa forma, o presente estudo teve como principal
objetivo desenvolver um sensor eletroquímico para a eletroanálise do Estrogênio
Dienestrol (DNL), utilizando um eletrodo de pasta de carbono (EPC) modificado com
nanopartículas de prata, proporcionando novas alternativas para o controle de qualidade
deste analito em matrizes da piscicultura. Os resultados mostraram que estes
nanomateriais aumentam a área superficial e reduzem a resistência de transferência de
carga do sensor de trabalho, definido como (Ag-NPs)|EPC. Em meio ácido (solução
tampão BR com pH = 2), o DNL sofre processo de oxidação irreversível sobre (Ag-
NPs)|EPC, com cinética eletródica moderadamente lenta e processo de transporte de
massa controlado por adsorção de produtos na superfície do eletrodo. O processo foi
associado com a oxidação de grupos fenólicos existentes na estrutura do estrogênio.
Utilizando voltametria de onda quadrada sob condições otimizadas (frequência de 75 Hz,
amplitude 30 mV e incremento de 2 mV), foram construídas curvas analíticas para o
DNL, no qualobteve-se valores de limites de detecção e quantificação equivalentes a
4,37×10-8 mol L-1 e 9,08×10-8mol L-1, respectivamente, além de precisão e exatidão
aceitáveis para quantificar baixos níveis de concentração do estrogênio. As figuras de
mérito comprovam a viabilidade do método eletroanalítico então desenvolvido para a
eletroanálise de DNL em amostras complexas.