dc.identifier.citation | NOBRE, Ellen Cristina Maia. Narrativas da infância: práticas de ensino sob o olhar da criança. 131 fs. Dissertação (Mestrado em Ensino) – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte, Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, Universidade Federal Rural do Semiárido, Mossoró, 2020. | en_US |
dc.description.abstract | Esta pesquisa visa identificar posicionamentos de estudantes do Ensino
Fundamental acerca das práticas pedagógicas em salas de aula regular. Nos
debruçamos sobre os seguintes questionamentos: que valores são atribuídos pelas
crianças às ações de ensino? O que as inquietam durante o processo de ensino e
aprendizagem? Suas vozes são escutadas e levadas em consideração no ambiente
escolar? O objetivo situa-se em torno de compreender, nas narrativas de crianças
do Ensino Fundamental, quais os sentidos atribuídos às práticas de ensino em salas
de aulas regulares. A abordagem da pesquisa é de cunho qualitativo (BOGDAN;
BIKLEN, 1994), na qual ancora-se a pesquisa com narrativas autobiográficas que
nortearam a construção desta dissertação. Colaboraram oito crianças entre 8 e 12
anos de idade, alunos do 3o, 4o e 5o ano do Ensino Fundamental de uma escola
pública, localizada na cidade de Apodi, estado do Rio Grande do Norte. Os
procedimentos metodológicos foram desenvolvidos em quatro momentos que se
interrelacionaram. Para a coleta de dados, realizamos as atividades em formato de
cirandas, em três encontros com duração de tempo previsto entre quarenta minutos
até uma hora. As cirandas foram criadas no intuito de atender cada objetivo traçado,
as temáticas e práticas executadas nas mesmas foram pautadas da ludicidade a fim
de adentrar no mundo real e imaginário das crianças. Com base nos referenciais
estudados antes e no decurso da pesquisa, bem como nos elementos teórico-
metodológicos elencados, a análise dos dados centraram-se nas contribuições
teóricas de Passeggi (2016), Rocha (2014), Alves (2012), Freire (2013), Josso
(2010), Morin (2010), Jovchelovitch; Bauer (2002), dentre outros. Como achados,
destacamos a possibilidade e necessidade, cada vez mais emergente, de olhares
sensíveis para as falas das crianças. Afinal é, no mínimo, contraditório pensar numa
escola para crianças onde nela suas vozes não tenham visibilidade, onde muitos
têm dificuldades de percebê-las como sujeitos ativos e protagonistas do seu
processo de ensino. As vozes das crianças nos levaram, ainda, a problematizar o
silenciamento das crianças ao longo de sua vida escolar, bem como, intentar
compreender o modo como elas percebem as práticas de ensino, a partir de suas
próprias vivências e de suas narrativas. As crianças elencaram alguns valores
essenciais as práticas de ensino como: O afeto, a paciência, a compreensão, usar o
lúdico, saber interagir com o aluno e ter o domínio do conteúdo. Conforme os
participantes esses elementos são de grande importância para que possa aprender
de uma maneira significativa. Para elas, as inquietam tudo que a impede de ser,
tudo que rompe voos, o que aprisiona. A falta de empatia, de olhar sensível. De
planejamento. Tudo que ofusca o arco-iris, que para as crianças são elementos
essenciais ao professor: “paciência, compreensão, amor, alegria e diversão”. | en_US |