Atuação do enfermeiro frente ao desmame precoce na atenção primária
Abstract
O desmame precoce é um problema de saúde pública influenciado por diversos fatores, incluindo práticas culturais, concepções equivocadas sobre a qualidade do leite materno e desafios enfrentados pelas mulheres, como o retorno ao trabalho. O enfermeiro, atuando na assistência direta às mulheres e crianças, desempenha um papel crucial na prevenção desse problema, por meio de ações educativas e de apoio à amamentação. Este estudo teve como objetivo compreender a atuação dos enfermeiros da Estratégia Saúde da Família (ESF) aprevenção do desmame precoce. Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa, realizada com enfermeiros da ESF no município de Caicó/RN. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semiestruturadas. Para a caracterização dos participantes, utilizou-se análise estatística descritiva com frequências absolutas e relativas, empregando o software Statistical Package for Social Science (SPSS), IBM®, versão 20.0. Os discursos foram analisados por meio de análise de conteúdo, na modalidade temática, gerando as seguintes categorias: 1) intervenções do enfermeiro na promoção do aleitamento materno e na
prevenção do desmame precoce, da gestação ao puerpério; 2) desafios na atuação dos enfermeiros para prevenir o desmame precoce na ESF; e 3) estratégias de apoio ao aleitamento materno, com destaque para as contribuições do Banco de Leite Humano e da equipe multiprofissional na atenção primária. Os resultados evidenciaram que os principais fatores associados ao desmame precoce incluem o retorno ao trabalho, crenças culturais, como a ideia de “leite fraco”, e interferências familiares. Os enfermeiros implementam
estratégias como orientações durante o pré-natal, visitas domiciliares, grupos de gestantes e
suporte de instituições como o Banco de Leite Humano e a Residência Multiprofissional.
Conclui-se que a prevenção do desmame precoce vai além da atuação dos enfermeiros,
exigindo a colaboração de outros atores sociais e a capacitação contínua dos profissionais de
saúde. Tais medidas são essenciais para fortalecer a prática do aleitamento materno, promover
uma abordagem técnica e humanizada e beneficiar a saúde materno-infantil, contribuindo para
a adesão ao aleitamento materno exclusivo.