Análise socioambiental da sub-bacia da Lagoa da Ponta Grande - Ipanguaçu/RN
Resumo
Os corpos hídricos desempenham um papel importante, pois é um dos fatores naturais que
auxiliou na fixação dos povos, inclusive no semiárido nordestino, com o desenvolvimento da
pecuária trazendo benefícios, mas também malefícios. A ação antrópica desordenada pode
colocar em risco tais ambientes, principalmente através da poluição. No semiárido nordestino,
o cuidado com os corpos hídricos deve ser ainda maior, associado às características
pluviométricas, buscando melhor gerir a água estocada. A sub-bacia da Lagoa de Ponta
Grande está localizada entre os municípios de Ipanguaçu, Afonso Bezerra e Angicos/RN.
Comporta a Lagoa da Ponta Grande que é considerada a maior lagoa natural do município de
Ipanguaçu e uma das maiores em capacidade hídrica do Estado do Rio Grande do Norte,
cobrindo 779,01 hectares, situada em terras de Reforma Agrária do Projeto de Assentamento
Pedro Ezequiel. Com efeito, o presente estudo tem como objetivo geral analisar os aspectos
socioambientais da sub-bacia da Lagoa da Ponta Grande, a partir da abordagem geossistêmica
(físicos, biológicos e antrópicos). Como objetivos específicos, buscou-se: (I) Realizar a
caracterização ambiental da sub-bacia da Lagoa da Ponta Grande; (II) Mapear o uso e
ocupação da terra da sub-bacia da Lagoa da Ponta Grande; (III) Realizar a caracterização
socioeconômica das agrovilas da sub-bacia da Lagoa da Ponta Grande. Com o auxílio do
programa de geoprocessamento Qgis 2.18 Las Palmas, elaboraram-se mapas de geologia,
geomorfologia, solos e para os mapas de uso e ocupação da terra para a sub-bacia da Lagoa da
Ponta Grande, utilizaram-se as cartas de imagem do Landsat – 8 OLI para os meses de março
e abril de 2019, verificando a dinâmica das classes de uso e ocupação e as mudanças na
Paisagem. Notou-se que a maior parte da sub-bacia é composta por vegetação de caatinga,
sendo que a caatinga rala está em destaque, além do solo exposto que predomina uma extensa
área e que pode vir a aumentar se o regime pluviométrico na região for baixo e a ação
antrópica predatória. A caatinga arbustiva densa por sua vez está presente principalmente nas
áreas de nascentes dos riachos que alimentam a Lagoa. Uma atividade importante que se
encontrou foi a agricultura de vazantes, que propicia o plantio durante a época de estiagem.
Destaca-se o mês de abril de 2019 em que a Lagoa da Ponta Grande obteve uma elevação
significativa em sua lâmina d’água. Na parte socioeconômica destaca-se que a maior parte das
famílias das agrovilas são beneficiarias de programas sociais como o Bolsa Família, Programa
1 Milhão de Cisternas, Uma Terra e Duas Águas, além de dessalinizadores. Diante de todos
os dados obtidos faz-se necessário a aplicação de estudos voltados para a área, pois são
poucos, necessitando-se de diagnósticos ambientais, sociais e econômicos, principalmente
com o auxílio de ferramentas de geoprocessamento, permitindo que a sociedade e os gestores
conheçam a realidade das localidades em estudo e tracem planos e metas, buscando garantir a
qualidade de vida da população com o intuito de minimizar as possíveis problemáticas
existentes, assegurando a sustentabilidade dos recursos existentes e melhor qualidade de vida
à população.