As vozes infantis acerca dos ambientes de aprendizagem na unidade de educação infantil do município de Mossoró-RN

Abstract

A pesquisa, a partir de uma visão emancipatória e participativa com foco no olhar e na voz da

criança sobre a escola, teve como objetivo investigar o que elas falam/pensam sobre os ambi- entes de aprendizagem de uma instituição de educação infantil do município de Mossoró/RN,

tornando-as assim, protagonistas da pesquisa. Para tanto, os referencias teóricos e metodológi- cos utilizados foram: Ariés (2014), Sarmento (2011), Corsaro (2011) que discutem sobre a his- tória da infância e sociologia da infância; documentos nacionais, como os Parâmetros Nacionais

de Infraestrutura (BRASIL, 2006), orientam sobre a organização e estruturação dos espaços; Forneiro (1998), Horn (2004), Carvalho e Rubiano (2007), Jaume (2004) que trazem discussões sobre o espaço, sua organização e relação com o desenvolvimento infantil; Demartine (2011), Filho (2011) sobre pesquisas com crianças; Minayo (1994), Bogdan e Biklen (1994), Yin

(2000) sobre a pesquisa qualitativa e o estudo de caso. Os procedimentos metodológicos utili- zados para a coleta de dados foram observação participante, entrevista semi-estruturada, foca- lizada, desenhos, fotografias e diário de campo realizado com 17 crianças de uma turma de

infantil II. Para a análise dos dados, utilizamos a técnica da Análise Textual Discursiva, inspi- rada nas contribuições de Moraes (2003) e Medeiros e Amorim (2017). Na pesquisa, foram

constituídas três unidades de análise que suscitaram em categorias pontuadas pelas falas das crianças. Na primeira, que traz o espaço da UEI: “A fala das crianças como meio de expressão”, as crianças falaram do espaço através de um olhar direcionado ao espaço estrutural da Unidade, uma visão pautada no concreto, numa dimensão lúdica, promotor de interações, seja entre pares e/ou com o aprender. A segunda unidade, “o lugar preferido da UEI: A criança fotógrafa da ação”, constatamos que as crianças preferem os espaços que proporcionam vivências lúdicas, na qual elas possam brincar, manipular objetos, interagir com os seus coetâneos, com os adultos e que tenham liberdade de escolha. Na última Unidade buscamos investigar como as crianças gostariam que fosse a UEI: “o desenho como linguagem”. Podemos destacar que as crianças anseiam por liberdade, de se expressarem a partir do que mais gostam de fazer que é brincar. Elas brincam em todos os espaços da Unidade e almejam por ampliar esses ambientes para desfrutarem deles juntamente com seus colegas. Através das múltiplas linguagens destacadas nesse estudo, os sujeitos falaram muito, de diversas formas e modos de ser, apontaram a escola

infantil como lugar de pertença, um lugar de viver sua infância, com toda fantasia, inventivi- dade, encanto, criatividade, descoberta, ludicidade, interações.