O poeta, o carro e a serra: breve estudo sobre a lírica de Jorge Fernandes
Resumo
Este trabalho consiste em analisar a obra literária intitulada Livro de Poemas de
Jorge Fernandes (1927). Ao pesquisar acerca do Modernismo, principalmente a
primeira fase, período com o qual se identifica a obra selecionada neste trabalho,
torna-se imprescindível se referir à Semana de Arte Moderna (Semana de 22), seus
colaboradores e influências deixadas para a produção brasileira. Sendo assim, esta
pesquisa utilizará estudos mais gerais de Alfredo Bosi (2006) e Candido (1983;
2000) para fundamentar acerca do Modernismo nacional. Além disso, serão
utilizadas as produções de Alexandre Alves (2014; 2015), Araújo (1991; 1995; 1997;
2008), Maria Lúcia de Amorim Garcia (2007), Pereira (1985) e Yuri Borges (2007)
para a abordagem da identidade moderna no do Rio Grande do Norte presente em
Jorge Fernandes. Analisou a necessidade dessa pesquisa por causa da riqueza do
material pouco explorado quanto à tensão existente entre o tradicional e o novo na
lírica jorgeana. Assim, após a análise dos poemas selecionados, a saber: a
sequência dos quatro Poemas das Serras, foi possível compreender de que forma a
imagem do sertão nordestino mistura-se aos símbolos modernistas – principalmente
o automóvel – por meio das escolhas dos vocabulários e da construção de cenas
que compõe o estilo jorgeano, sendo essa a sua singularidade e diferença em
contraponto aos seus conterrâneos na década de 1920