Imagens da violência e a violência das imagens. As narrativas imagéticas de violências nos livros didáticos de história do ensino médio.
Resumo
Em diferentes períodos da História, a violência deixou-se ser traduzida por
práticas, intimidações, silenciamentos, reclusões, empreendidas por diversos povos,
ora de forma sutil, ora de forma explícita. Atualmente, muitas formas de violência
ganham destaques sensacionalistas nos diferentes espaços midiáticos, gerando por
vezes a banalização daquilo que deveria ser refletido, analisado e questionado
também nas salas de aula. Observam-se que as imagens da violência estão
disseminadas em diferentes lugares e meios. Os livros didáticos de História não são
a exceção, ainda que neles a violência seja pensada apenas como consequência de
fatos e atos dos personagens, dos heróis, dos inimigos, dos estrangeiros, do outro.
Os livros didáticos não se prestam apenas a divulgar, mas fazer com que a reflexão
seja consequência dos conteúdos ministrados. O ambiente escolar não se torna
somente lugar de produção de conhecimento, mas um espaço em que se pode
abordar sobre diferentes temas tão delicados. A proposta desta pesquisa pautou-se,
portanto, em analisar as imagens de cunho violento presentes nos livros didáticos de
História do Ensino Médio, para observar como este tema pode auxiliar os alunos a se
tornarem críticos, reflexivos e atuantes durante sua formação. Para tanto, a
metodologia contou com uma catalogação de imagens que podem ser traduzidas
como violentas, presentes na Coleção História Passado e Presente do Ensino Médio.
Em segundo momento, a análise das imagens foram referência documental
historiográfica que muito influencia na qualidade do ensino. Sobre as imagens,
procurou-se traçar uma crítica documental à luz das Histórias das Imagens. Para
tanto, teoricamente, esta investigação se ancorou em: Santaella (2012), Bittencourt
(2004, 2009), Müller (1995), Arendt (1970), Pinsky (1994), Cassiano (2013), Odalia
(2012), Bardin (2011), Gil (2008). O resultado demonstrou que as imagens de teor
violento oferecem meios para potencializar não apenas o Ensino de História, mas
também a forma como os discentes leem e percebem os registros iconográficos.