Grau de dependência de cuidados de enfermagem em pacientes acometidos por agravos neurológicos

Abstract

Os agravos neurológicos são eventos que levam o paciente a um mal estado geral, se manifestando principalmente pela perda da consciência, perda da atividade motora, afasia ou coma profundo. Entre os agravos neurológicos mais recorrentes destaca-se o Acidente Vascular Encefálico e o Traumatismo Cranioencefálico. No Brasil, as internações hospitalares devido a agravos neurológicos atingem números alarmantes e provocam um enorme impacto social, uma vez que grande parcela dos indivíduos acometidos desenvolve sequelas significativas, como déficit cognitivo e motor, além de que as internações geram altos custos econômicos. O paciente neurocritico caracteriza-se como paciente grave, com indicativo para internação em Unidades de Terapia e necessidade de cuidados imediatos. Desse modo, a equipe de enfermagem é protagonista na melhora do quadro clínico desses pacientes, que demandam uma monitorização contínua. Diante disso, os resultados do presente trabalho vão contribuir para se elucidar novos aspectos relacionados ao perfil dos pacientes, à sua gravidade clínica e ao grau de dependência dos pacientes com a equipe de enfermagem, auxiliando assim, numa organização interna da unidade, com vistas à uma maior atenção aos pacientes que sejam suscetíveis ao agravamento do quadro. O objetivo da presente pesquisa é investigar o grau de dependência de cuidados de enfermagem em pacientes com agravos neurológicos admitidos em Unidade de Terapia Intensiva no Hospital Tarcísio de Vasconcelos Maia, Mossoró - RN. Esta pesquisa tem natureza documental, transversal e retrospectiva, sendo um recorte de outro estudo realizado no mesmo hospital. A população deste estudo foi composta pelos pacientes admitidos na referida unidade com diagnósticos de agravos neurológicos no período de agosto de 2020 a setembro de 2021, obtendo-se uma amostra de 26 pacientes. A coleta dos dados ocorreu com o auxílio do Sistema de Classificação de Pacientes de Fugulin e dos prontuários desses pacientes. Constatou se que os pacientes acometidos por agravos neurológicos no intervalo de tempo da pesquisa foi 57,69% homens, com mais de 60 anos, 73% apresentando Hipertensão Arterial Sistêmica e 36,84% Diabetes Mellitus. Na categoria de cuidado, os destaques foram para cuidado mínimo, semi-intensivo (50,00%) e de alta dependência (26,92%). Evidenciou-se que metade dos pacientes necessitaram de Ventilação Mecânica Invasiva, sendo a traqueostomia a principal intervenção realizada. Outro ponto de relevância é que 76,92% dos pacientes apresentaram algum processo infeccioso, com 80% dos casos sendo infecção pulmonar, o que levanta um alerta sobre as formas de prevenção de Infecções Relacionadas a Assistência à Saúde. No que se refere ao número de óbitos, os pacientes classificados em cuidados semi-intensivos e intensivos apresentaram uma porcentagem de 78,57% e os pacientes de cuidados de alta dependência 28,57%. Ademais, nota-se a escassez de estudos voltados para a temática de cuidados de enfermagem e dimensionamento de equipe, logo, os resultados da presente pesquisa podem convir como instrumento para estudos futuros que contribuam na melhor organização da assistência de enfermagem, de modo a ofertar um cuidado de forma individual, humanizado, de qualidade e íntegro, sem estar atrelado a sobrecarga dos profissionais.