Figurações do insólito no conto “A Terceira Margem do Rio”, de Guimarães Rosa
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Data
2021-11-09Autor
Cirino, Francisca Mara Mendonça
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Esta pesquisa tem como corpus literário o conto “A terceira margem do rio”, presente
na obra Primeiras Estórias (1962), de Guimarães Rosa. O seguinte trabalho busca
analisar o insólito que se apresenta dentro da narrativa, sobretudo entendendo como
se dá a experienciação dos personagens com esses eventos inefáveis, que beiram o
sobrenatural. A narrativa do conto nos apresenta a predominância do inefável e do
indizível, de modo que o racional parece não transfigurar uma resposta lógica para
desvendar o enigma da terceira margem. Nesse sentido, surge, então, o interesse
por pesquisar a confluência da ficção rosiana com o gênero Fantástico e, mais
precisamente, a partir do conto, investigar de que modo as figurações do insólito se
apresentam ao longo da narrativa. Assim, na nossa análise, optamos por focar no
personagem-pai, a fim de compreender os avessos enigmáticos do conto rosiano,
que se estabelece a partir de uma terceira margem transcendental. Para tanto, nos
apropriamos do conceito de “super-regionalismo” proposto por Candido (1987), a fim
de demonstrar a singularidade do moderno regionalismo rosiano, que é feito de
muitas travessias místicas. Sendo assim, alguns trabalhos são fundamentais para a
realização desta pesquisa, dos quais se pode citar, sobre o Fantástico: Todorov
(1981), Roas (2014) e Camarini (2014); sobre a temática do insólito: Covizzi (1978) e
García (2007). Além disso, nos fundamentamos na vasta fortuna crítica a respeito de
João Guimarães Rosa, da qual destaca-se: Arrigucci Junior (1994), Bosi (1994), e
Rónai (2005).