A angústia de um preso: um cárcere da própria consciência retratada na obra de Graciliano Ramos
Abstract
A obra Angústia de Graciliano Ramos, escrita no período do Modernismo brasileiro é
uma narração de cunho autobiográfico sob a imagem e vivência do personagem
principal, Luís da Silva: um funcionário público e escritor frustrado imerso em um
eterno sentimento de angústia, ou seja, um certo Graciliano Ramos. Livro escrito no
contexto da chamada “Revolução de 1930”, porém, considerada por outras vertentes
críticas como o golpe de 1930. Utilizamos o termo golpe, pois a partir das leituras
feitas, compreendemos aquela realidade política e contextual como golpe. Angústia,
romance escrito em 1936, ano que Graciliano Ramos esteve preso, acusado (sem
provas) de ser militante comunista. Diante desse panorama brasileiro, o presente
trabalho apresenta uma análise do contexto literário no processo de composição da
obra, além da análise literária. Para isso, utilizaremos as compreensões teóricas de
autores e críticos literários como Antonio Candido (2006), Alfredo Bosi (1994), Boris
Fausto (1993) e Jessé Souza (2017; 2018). Com base nos apontamentos e
investigações desses reconhecidos estudiosos, buscaremos junto com uma leitura
analítica da obra Angústia, investigar o acontecimento do golpe retratado em sua
narrativa sob uma perspectiva literária e social. Esta obra pode agregar pontos de
observação com a realidade contemporânea, já que possui uma aproximação com o
contexto atual, que passa por situação similar. Graciliano Ramos, em sua obra,
retrata a sociedade brasileira de quase um século atrás, usando sua crítica para
generalizar o retrato da nossa nação. O presente trabalho pretende mostrar a
importância da ficção de Graciliano Ramos para a contemporaneidade na atual
situação político-econômica do país.