Capitães da Areia, de Jorge Amado: um romance de formação proletária
Abstract
Em Capitães da areia (2009), Jorge Amado escreve um romance proletário comprometido com a transformação da sociedade e com a exaltação à classe operária. Nessa obra, enfatiza-se a ideia de mostrar as mazelas da sociedade daquela época, que fechava os olhos para os pobres e, consequentemente, também para os meninos abandonados – protagonistas do enredo – os quais sobrevivem basicamente através de furtos. O presente trabalho, pois, dedica-se a analisar como essas crianças abandonadas em um trapiche da cidade de Salvador se tornam heróis a partir do romance de formação proletária. Objetiva-se, doravante, a análise do romance de 30, do qual surge a obra proletária de Jorge Amado, descrever o romance proletário do escritor baiano e, assim, revelar como ocorreu a construção dessa narrativa de formação proletária, bem como compreender o processo de formação dos heróis infantes mesmo em meio à marginalização. Para realizar tais análises e interpretações, utilizamos autores como Alfredo Bosi (1994), Luís Bueno (2006), Antonio Candido (2011) e, principalmente, Eduardo de Assis Duarte (1996). O método de pesquisa a ser utilizado neste trabalho é o hermenêutico, com o intuito de ler, interpretar e analisar essa narrativa e toda a temática social que ela abrange. O processo de investigação é guiado a partir da linha de pesquisa em literatura e sociedade, sempre salientando como a comunidade pobre daquela época, lutando a cada dia por uma vida melhor, é retratada baseada no romance proletário. Por fim, verifica-se que, a partir das caraterísticas do romance proletário e da realidade vivida pelos Capitães da areia, alguns dos personagens lutaram para se tornarem heróis.