A natureza do belo em Platão
Abstract
O belo, segundo Platão, é um atributo dos corpos assim como qualquer uma outra
qualidade perceptível. Porém, sua essência não está ligada ao que é corpóreo. Nesse sentido, o
belo é entendido como uma ideia que se encontra imutável no mundo inteligível especulado
pelo autor e, desta forma, tem a funcionalidade de atribuir beleza a tudo o que está para o mundo
sensível que seja digno de receber tal adjetivo. Por conta deste aspecto, o belo, por mais que
seja considerada por Platão como a única ideia que se evidencia com mais clareza aos sentidos,
necessita para que seja entendido e contemplado em sua totalidade, de um esforço intelectual
caracterizado por um progresso entre os graus de beleza existentes nas realidades sensível e
inteligível. Com base nisso, o nosso autor elabora um sistema ansiando determinar o método
correto para que se chegue a contemplar a beleza em seu estado puro. Esse sistema, conhecido
como o método dialético, tem como alicerce para a seu desenvolvimento o amor. O amor assim
é colocado como o fundamento desse sistema porque Platão o relega ao status de fio condutor,
o entendendo como o elemento que faz inflamar nos homens o desejo de possuir as coisas em
seu estado verdadeiro. Portanto, o amor é responsável por impulsionar os homens em direção
aos estágios do Belo os direcionando sempre ao estágio mais elevado que se pode chegar
quando o objetivo é contemplar o Belo. Nesse último estágio, o que se encontra no mundo das
ideias, está o Belo em si. O belo em si é, portanto, a ideia em seu estado puro, verdadeiro, sem
especulações ou corrupções quanto a sua verdade.