O processo de adaptação da mulher à colostomia à luz da teoria de Callista Roy: modo adaptativo autoconceito
Abstract
O câncer colorretal está em destaque entre as neoplasias mais recorrentes, uma vez
que instalado, uma das abordagens a ser realizada é a confecção de uma
estomia/ostomia, e com ela, o impacto social, físico e psicológico são percebidos,
além disso, a adaptação à vida normal torna-se prejudicada, influenciando
significativamente o seu bem-estar. A enfermeira Callista Roy, tendo como visão as
práticas de enfermagem associadas a realidade, criou uma teoria que se baseia no
modo de adaptação de cada indivíduo. Desse modo, é possível avaliar a adaptação
da mulher perante a sua nova condição de saúde, fazendo uso da teria de Roy, onde
consta o modo adaptativo autoconceito, verificando impactos em sua qualidade de
vida decorrentes da colostomia. Esta pesquisa torna-se relevante no que diz respeito
a visualização do indivíduo em sua integridade biopsicossocial, servindo como
subsídio para melhorias no cuidado direcionado a paciente colostomizada, assim
como é de grande importância social, pois revela o impacto em diversas áreas,
prejudicando a qualidade de vida, o que revela também a necessidade de um cuidado
especializado. A pesquisa tem como objetivo analisar o modo de adaptação
autoconceito em mulheres colostomizadas, que estão em tratamento ou
acompanhamento do câncer colorretal e sua influência na qualidade de vida delas. O
trabalho foi encaminhado para análise e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, através do parecer de número
5.323.684, em 31 de março de 2022. Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, de
intervenção e o Modelo de Adaptação de Callista Roy como referencial teórico.
Realizada na Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer, contando com a
participação de 06 mulheres que realizavam tratamento ou acompanhamento. A
coleta de dados foi realizada na Liga Mossoroense de Estudos e Combate ao Câncer
e também na residência de algumas participantes, tinha objetivo de traçar o perfil de
adaptação das mulheres a colostomia, verificando o modo adaptativo autoconceito e
sua influência na qualidade de vida das mesmas. As entrevistas foram gravadas e
posteriormente transcritas para análise qualitativa baseada na Análise de Conteúdo
de Bardin e utilizando o software MAXQDA® cara realizar a categorização. Constatou se que a qualidade de vida avaliada por meio do modo adaptativo autoconceito sofre
alterações durante todo o processo adaptativo. Ademais, o modo adaptativo autoconceito, categorizado em 3 áreas, espiritualidade, autoestima e abalo
psicológico revelam, junto as entrevistas, que essas mulheres sofrem impactos
negativos em relação a sua qualidade de vida, percebe-se uma relação diretamente
proporcional entre eles, exceto com a espiritualidade, a qual constata-se uma
associação de apoio, onde as mulheres encontram suporte de força, influenciando
positivamente na qualidade de vida. Espera-se que as informações da presente
pesquisa instiguem a construção de mais trabalhos a respeito dessa temática.