Zoneamento das áreas de risco da microbacia do rio Granjeiro, Crato/CE
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Data
2021Autor
Macêdo, Francisca Ranielly de Brito
Metadata
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O crescimento rápido da população e a necessidade de concentração desta em torno dos
aparelhos produtivos indústrias e de serviços, leva a sociedade gerar alterações no meio natural
para construção das cidades, que na maioria das vezes se desenvolvem sem planejamento
urbano e ambiental, levando a população vulnerável a ocupar áreas de risco. Isso pode ser
observado na microbacia do rio Granjeiro no estado do Ceará (CE), uma vez que, passou por
forte processo de urbanização, com ocupação de áreas de forma inadequada, ocasionando
problemas ambientais, tais como: perda da vegetação nativa, alteração no escoamento natural
das águas, deslizamento, aumento da impermeabilidade do solo, formação de ravinas e
voçorocas, assoreamento do rio e inundações, fatores estes, que influenciam no aumento dos
riscos, podendo causar desastres. Nesse sentido, a presente pesquisa tem por objetivo geral,
realizar o zoneamento das áreas de risco na microbacia do rio Granjeiro no município de
Crato/CE, bem como analisar a dinâmica dessas áreas, a fim de contribuir com os projetos de
planejamento ambiental. Para tal, foi necessário construir a base teórica conceitual, para
compreensão dos conceitos e metodologias aplicadas neste trabalho, também foi realizado
levantamento da base cartográfica para a elaboração dos mapas temáticos. Além disso, foi
realizado trabalho de campo para identificar o ponto de exutório da microbacia e assim foi
possível gerar uma poligonal precisa do limite da microbacia. A partir disso, o zoneamento é
realizado com base na indicação dos padrões de fragilidade ambiental, conforme a metodologia
proposta por Ross (1994), fundamentada no conceito de Unidades Ecodinâmicas de Tricart
(1977). Em ambiente SIG foi possível gerar o conteúdo cartográfico necessário para a análise
da fragilidade ambiental da microbacia. O diagnóstico das características naturais da microbacia
apontou que 45,65% da sua área total apresenta alta fragilidade potencial. Isso significa que
naturalmente, quase a metade da microbacia possui alta vulnerabilidade aos processos
denudacionais. Qualquer alteração no fluxo de energia e matéria dessa área causará forte
instabilidade no seu equilíbrio dinâmico. A classificação de uso e ocupação definiu as classes
de fragilidade emergente, conforme o grau da ação antrópica, pois, esta aumenta a força da
resposta dos processos modeladores da paisagem. Cerca de 27,02% representam áreas que tem
fragilidade emergente muito alta, as quais estão situadas nos setores urbanos, onde a microbacia
sofreu severas modificações. Com o cruzamento dos dados de fragilidade potencial e
emergente, foram obtidas as classes de fragilidade ambiental. Desse modo, foi possível indicar
as áreas que tendem a sofrer com a erosão, movimentos gravitacionais de massa e os setores
que estão sujeitos aos eventos de inundação no período da estação chuvosa. Estas áreas indicam
alto risco e representam 25,88% da microbacia, se concentrando no sertor urbano. O
zoneamento das áreas de risco da microbacia do rio Granjeiro pode subsidiar os projetos de
planejamento do município, como ferramenta de apoio ao gerenciamento das áreas de risco para
impedir desastres. Dessa maneira, garantindo a segurança da população, o que ainda contribui
no alcance de metas globais, como os objetivos 6, 9 e 11 da Agenda 2030.