A Influência dos Padrões Sociais de Beleza no Comportamento de Alunos Adolescentes
Abstract
Os padrões sociais de beleza podem exercer influência na formação da autoimagem de
adolescentes, considerando que esses indivíduos estão em processo de mudanças corporais e
comportamentais intrínsecas dessa faixa etária. Esses fatores os tornam vulneráveis aos
preceitos ditados pela sociedade, levando-os muitas vezes a imergirem em um conjunto de
hábitos que podem ser danosos ao seu bem-estar. No intuito de ajudá-los na construção de um
pensamento crítico a respeito de questões que interferem na sua saúde e na sua identidade,
este trabalho teve como objetivo levar à sala de aula a discussão de um conteúdo transversal e
contemporâneo que tem influenciado de forma significativa, e muitas vezes de forma
negativa, o comportamento desses sujeitos. Nesse sentido, foi realizada uma intervenção em
uma turma de ensino médio em uma escola pública da cidade de Governador Dix-Sept
Rosado/RN, iniciando-se com a aplicação de um questionário a fim de identificar quais os
principais desafios que os adolescentes enfrentam em relação à aceitação da autoimagem e
como os recursos midiáticos estão influenciando as suas concepções e seus hábitos. Em
seguida, os temas foram trabalhados nas aulas de Biologia através de palestras, discussões e
atividades interativas. Posteriormente, aplicou-se um segundo questionário com o mesmo
grupo de alunos, contendo questões semelhantes às do primeiro, no intuito de verificar se as
abordagens realizadas em sala de aula geraram os esclarecimentos esperados. A partir dessas
ações, foram colhidas sugestões dos alunos sobre conteúdos relacionados ao tema trabalhado,
os quais eles considerassem pertinentes para a produção de uma cartilha informativa. Os
resultados constataram a ocorrência do poder da mídia na padronização das concepções dos
estudantes no tocante à sua autoimagem e à sua autoestima. No entanto, houve algumas
mudanças positivas nas respostas contidas no segundo questionário, quando comparadas às do
primeiro, sugerindo que envolver adolescentes com informações e reflexões sobre temáticas
relacionadas ao seu bem estar pode se configurar em um recurso metodológico com papel
significativo na adequada promoção do desenvolvimento desses sujeitos. Dessa forma,
conclui-se que o ambiente escolar necessita propiciar a inclusão de temas transversais no seu
currículo não somente de forma pontual, mas num trabalho contínuo, permitindo gerar
oportunidades em que os alunos possam reconhecer as suas singularidades e ocupar seus
lugares e funções na sociedade.