Sementes crioulas no território da cidadania de Açu- Mossoró: um diagnóstico nos polos agrários do município de Mossoró/RN
Abstract
As sementes crioulas são, para os campesinos, insumos primordiais para manutenção da cultura
e da sua soberania alimentar. Nesse sentido, uma variedade de semente crioula é a expressão
da coevolução das práticas culturais e características ambientais de cada local onde esse
material genético é cultivado. Foi estabelecido como objetivo geral, contribuir com a
sustentabilidade dos agroecossistemas da agricultura familiar e para preservação da identidade
dos agricultores, a partir da identificação das variedades tradicionais de sementes crioulas, no
município de Mossoró/RN. A base metodológica constou de uma abordagem qualitativa, tendo
no percurso metodológico a realização das seguintes etapas: apresentação da pesquisa ao
Conselho Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável e Solidário (CMDRSS); realização
de oficinas em 8 polos agrários; e sistematização das informações levantadas. A análise e
tabulação dos dados foram trabalhados por meio do software Excel 2016 MSO. Mesmo com a
influência do agronegócio que ludibria os agricultores por meio do pacote tecnológico, do qual
estão inclusas, as sementes geneticamente modificadas; a necessidade do uso de maquinários e
de insumos químicos, foi verificado que muitos agricultores conservam suas sementes em todos
os polos da pesquisa, principalmente, em Passagem do Rio, Favela, Hipólito e Alagoinha, onde
foi identificado o maior número de guardiões das sementes crioulas cultivando a mais de 51
anos. Dessa forma, confirmando a hipótese desta pesquisa. Com base no que foi exposto nessa
pesquisa, constatou-se que muitos agricultores têm conhecimento da importância de se
conservar as sementes. Porém, necessitando da disseminação de tais conhecimentos através de
pesquisas como essa para auxiliar na promoção de políticas públicas como condição para
perpetuar a conservação das sementes e do manejo tradicional, oferecendo condições para
incentivar os mais jovens a darem continuidades aos conhecimentos tradicionais para preservar
a soberania e segurança alimentar, sobretudo, dando ênfase às tecnologias voltadas à agricultura
familiar, como a construção de bancos de sementes comunitários, assim como suporte técnico
para orientar como proceder para a manutenção dos bancos e para o manejo adequado
promovendo o sucesso na produção.