ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ACERCA DAS MEDIDAS DE ASSISTÊNCIA E DE PROTEÇÃO À MULHER PREVISTOS NA LEI Nº 11.340/2006 (LEI MARIA DA PENHA) EM FACE DA REALIDADE FÁTICA E JURÍDICA BRASILEIRA
Resumo
A presente monografia tem por objetivo adequar as medidas de assistência e de
proteção à mulher da Lei nº 11.340/2006 a realidade fática e jurídica da sociedade
brasileira, com o escopo de assegurar a efetivação destas medidas, coibindo e
prevenindo a violência doméstica no país. Apesar da Lei em comento ser um avanço
expressivo na história da proteção legal conferida às mulheres, vale ressaltar que
algumas das medidas de assistência e de proteção são inaplicáveis a nossa
realidade, não sendo exeqüíveis os seus benefícios, haja vista, a carência de
recursos financeiros do poder público e a falta de simetria desta com os demais
ramos do Direito. Dessa forma, busca-se analisar a Lei Maria da Penha, de uma
forma crítica e ponderada, apontando suas ineficiências e buscando, na melhor
perspectiva para as vítimas, demonstrar a maneira mais adequada de implementar
aquelas medidas. Assim, essa monografia inicialmente, conceitua violência
doméstica e familiar com o escopo de identificar seu âmbito de abrangência e
reconhecer quais as reais beneficiadas com as medidas de assistência e as
protetivas de urgência trazidos por este novo ditame legal. Posteriormente, descreve
as medidas preventivas e repressivas de assistência à mulher em situação de
violência doméstica e familiar, contidas nos arts. 8º, 9º e 11, da Lei Maria da Penha.
Com isto, busca-se, demonstrar as medidas que são exeqüíveis os seus benefícios
e analisar as inaplicáveis aos casos concretos, apontado prováveis soluções para as
suas efetivações. Por fim, expor as medidas protetivas de urgência à ofendida e que
obrigam o agressor, elencadas nos arts. 22, 23 e 24, da Lei nº 11.340/2006,
delineando, sucintamente, o seu procedimento e analisando a sua eficácia na atual
situação jurídico-social do país. Conclui-se, assim, que a grande maioria das
medidas de assistência e de proteção da Lei Maria da Penha foram redigidas pelo
legislador apenas para tornar-se modelo utópico, haja vista, a discrepância destas
com a realidade das instituições policiais do Brasil e a desarmonia com os demais
ramos do Direito. Diante disso, buscamos trazer soluções viáveis para real
efetivação dessas medidas, objetivando proteger a mulher vítima de violência
doméstica e familiar e não apenas criticar de forma temerária e irresponsável a Lei
em estudo. Frise-se, que a metodologia utilizada foi à pesquisa bibliográfica,
legislativa e jurisprudencial.