As condições de trabalho dos policiais penais sob a perspectiva do princípio da dignidade da pessoa humana
Abstract
A pesquisa se concentra nas condições de trabalho dos policiais penais,
observando o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana. Esta investigação destaca
a urgência em entender os obstáculos desses profissionais, que refletem no
funcionamento do sistema penitenciário. O objetivo geral é averiguar se as
condições laborais dos policiais penais estão alinhadas ao Princípio da Dignidade da
Pessoa Humana. Os objetivos específicos abordam uma visão do sistema prisional,
o estudo do princípio da dignidade nas relações de trabalho e uma análise de sua
aplicação às condições de trabalho dos policiais penais. A metodologia adotada é
descritiva, bibliográfica e documental, com abordagem qualitativa e baseada em
fontes secundárias. Os resultados apontam que, apesar do Princípio da Dignidade
da Pessoa Humana ser reconhecido como pilar no ordenamento jurídico brasileiro,
os policiais penais enfrentam desafios desproporcionais no exercício de suas
funções que prejudicam gravemente sua dignidade. Questões como superlotação
carcerária, insuficiência de recursos e carência de suporte psicológico são fatores
que minam a garantia da dignidade. Adicionalmente, foram citadas as CPI's do
Sistema Carcerário como alternativas instauradas pelo legislativo para investigar a
situação sendo a última CPI contemporânea à ADPF nº 347/DF, proposta em 2015,
que destacou, além de outros problemas, a inobservância dos direitos fundamentais
no sistema penitenciário que culminou na declaração do Estado de Coisas
Inconstitucional (ECI) pelo STF. Para garantir os direitos humanos no cenário
carcerário, é fundamental valorizar os policiais penais, adequar a infraestrutura
prisional e disponibilizar suporte, afinal esses atores encontram-se imersos nesse
ambiente declarado inconstitucional. Este estudo aspira ampliar a discussão
acadêmica sobre o tema e incentivar políticas que valorizem o trabalho dos policiais
penais, respeitando a dignidade humana no contexto prisional brasileiro.